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SANTOS, José Antonio Lobo dos2
Introdução
O latifúndio, a monocultura e o regime de trabalho forçado se materializaram como instrumentos fundamentais de dominação, exploração e expropriação de riquezas no processo de produção do espaço brasileiro. Num primeiro momento, o engenho de açúcar, as fazendas de gado e os núcleos urbanos (muitos com funções administrativas e de redistribuição de mercadorias) se consolidaram como pontos centrais de manutenção de uma estrutura exploratória voltada para o escoamento dos produtos materiais e imateriais para fora da colônia. Concordamos com Alberto
Passos Guimarães, por meio do livro “Quatro séculos de Latifúndio no Brasil”, quando o mesmo coloca que o engenho e a fazenda de gado (o curral) se consolidaram como unidades básicas de produção e centros de poder na Colônia.
A monocultura, por meio da produção em grande escala da cana-de-açúcar, se fundamentava no engenho, estrutura técnica de agregação de valor ao produto, a partir da fabricação do açúcar e do aguardente. Produtos que eram comercializados em outros países, o açúcar na Europa e o aguardente, principalmente, no continente
Africano, como moeda de troca para a aquisição de seres humanos os quais eram transformados em escravos.
A escravidão é consolidada como regime de trabalho imposto aos povos originários do espaço brasileiro, a exemplo, dos chamados índios e aos povos
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Resenha elaborada a título de conclusão da disciplina do curso de doutorado em Geografia Humana
(Agricultura e Capitalismo) da Universidade de São Paulo.
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Autor: Doutorando em Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Universidade de São Paulo e Professor DE do curso de Geografia da Universidade Federal da Bahia
(ICADS/UFBA). E-mail: professorloboo@gmail.com
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Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Três
Lagoas/MS – nº 11 – Ano 7, Maio