903 1797 1 SM 1
file:///Users/seyeycunioci/Desktop/BUREAU_CLIENTES/SH...
A Cidade como Artefato. Derivações Urbanas da Crítica ao Movimento Moderno
Laís Bronstein Passaro
FAU-UFRJ. laisbronstein@hotmail.com
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por objetivo retratar parte da crítica e da teoria arquitetônica iniciada em meados da década de 60 genericamente chamada de “pós-moderna,” através da análise da intervenção urbana da IBA - Internationale
Bauausstellung[1] - ocorrida em Berlim Oeste na década de 80. Neste particular, esta experiência de Berlim, mais do que um episódio de características regionais e específicas desta cidade, será enfocada sob seu caráter internacional, no que diz respeito ao debate e materialização de determinadas teorias do pensamento arquitetônico ocidental deste momento - Estados Unidos e Europa - surgidas em decorrência das críticas ao Movimento Moderno.
A análise deste evento será estruturada a partir das relações que podem ser estabelecidas com o questionamento destes anos, caracterizado sobretudo pela reformulação do conceito de intervenção urbana. Trata-se de um momento em que a reconsideração da cidade existente, seu traçado urbano e sua arquitetura suplantam a prática recorrente de criação de modelos supostamente universais e independentes de uma realidade anterior.
A IBA, vista mais além de seus resultados construídos, nos fornece as chaves para compreender o alcance de tamanho debate, e a clara influência que este exerceu em intervenções urbanas posteriores como a Barcelona
Olímpica e o Rio Cidade. Através da análise dos discursos que permearam o processo de organização deste evento, podemos traçar um quadro de suas atitudes e práticas mais cristalizadas, identificando os pontos de inflexão que estas promoveram em relação a tradição da arquitetura e do urbanismo modernos.
REVISÃO E CRÍTICA
Embora as críticas e tentativas de revisão do Movimento Moderno ocorridas nos anos 50 tenham favorecido a