Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais - Cap 19 paginas 213 á 219‏

Cap 19 – Páginas 213 á 219 Delírio primário ou ideias delirantes verdadeiras Segundo Jaspers (1979) o verdadeiro delírio é um fenômeno primário, ou seja, é psicologicamente incompreensível, não tem raízes na experiência psíquica do homem normal; por isso, é impenetrável, incapaz de ser atingido pela relação intersubjetiva, pelo contato empático entre entrevistador e entrevistado. Trata- se de algo inteiramente novo. O verdadeiro delírio expressa uma quebra radical na biografia do sujeito, a transformação qualitativa de toda sua existência, sua pessoa se modifica, sua personalidade sofre verdadeira transmutação. Delírio secundário ou ideias deliróides e os delírios compartilhados O delírio secundário assemelha-se externamente ao primário, diferindo deste por não se originar de alteração primária do pensamento, mas de alterações profundas em outras áreas da atividade mental (afetividade, consciência, etc.), que indiretamente fazem com que se produzam juízos falsos. Que segundo Leme Lopes (1982) é fruto de condições psicologicamente rastreáveis e compreensíveis. Como por exemplo, o delírio de ruína ou culpa do indivíduo com depressão grave é compreensível e derivável psicologicamente de estado de humor alterado de forma profunda; constitui mais um aspecto, mais uma dimensão que o humor depressivo adquire. Sendo que há delírios que podem ocorrer em mais de uma pessoa, que são os chamados delírios compartilhados da loucura á dois. Nesses casos, em geral há um sujeito…

da primeira crise estavam voltando. Certa vez, ao acordar, comenta sobre o prazer que seria ‘ser mulher’. Um mês antes da posse ele começa a apresentar insônia, sintomas hipocondríacos, delírios e pensamentos de morte. Os sintomas hipocondríacos surgiam como percepções (ilusões) sensoriais acompanhados de sensibilidade á luz e barulhos. Os delírios referiam-se aos pensamentos de morte, sentindo-se em decomposição, com peste, com um intuito sagrado. Os pormenores de seu delírio…

médico, o dr. Flechsig que foi tido no delírio como autor de todas as perseguições. Schreber escreveu uma carta a flechsig, onde o paciente diz ouvir vozes que pronunciam o nome do médico e o proclamam como autor dos danos que sofreu. O delírio de perseguição foi diminuindo ao longo da doença e a emasculação (castração) que o ameaçava ganha um propósito que estaria de acordo com o que chamava de "ordem do mundo". Flechsig ocupava a função de chefe dos raios e até a deus ele influenciava.…

deficientes e os delírios, é que os erros de juízo não são persistentes e irredutíveis, mudam com facilidade e variam seus temas com frequência. Juízo da realidade/ DELÍRIO O delírio é um distúrbio do processo psíquico do pensamento que frequentemente está acompanhado da alucinação. Ou pode-se sugerir a classificação do fenômeno por meio do caráter predominante da sua experiência, quando sensorial considera-se como alucinação, quando ideativa ou de caráter mais interpretativo, como…

que faz diferir a perseguição no delírio esquizofrênico da perseguição real é que no delírio esquizofrênico tudo irrompeu na mente do enfermo sem que haja nada no mundo exterior que a justifique. Kraepelin definia as ideias delirantes como ideias morbidamente falseadas que não são acessíveis à correção por meio de argumento. Bleuler dizia que as ideias delirantes são representações inexatas que se formaram por uma necessidade interior. Bumke definia a ideia delirante como um erro…

Podem expressar a verdade ou o erro, conforme suas afirmações correspondem ou não a realidade. Patologia O delírio seria uma perturbação de função, um distúrbio no ato de formação dos juízos. Portanto, o conteúdo do pensamento permanece inalterado. Conceito de delírio Autores antigos consideravam o delírio como erro mórbido e incorrigível. O termo delírio, em português, tem duas acepções diferentes: Alterações globais e profundas da consciência; Um conjunto de juízos falsos,…

também é um juízo falso, distingue-se do delírio por se originar da ignorância, do julgamento apressado ou das premissas falsas e por ser passível de correção pelos dados da realidade. Entretanto, há juízos que são considerados delirantes mesmo não sendo falsos, quando existe incoerência entre a crença e as evidencias apresentas para justifica-la. (NETO, ELKIS 2007) Segundo a escola psicopatológica de Jaspers (1979) os erros são psicologicamente compreensíveis, pois admite-se que possam…

Esquizofrenia Delírios: o individuo crê em ideias falsas, irracionais ou sem lógica. Em geral são temas de perseguição, grandeza ou místicos. Alucinações: o paciente percebe estímulos que em realidade não existem, como ouvir vozes ou pensamentos, enxergar pessoas ou vultos, podendo ser bastante assustador para o paciente. Discurso e pensamento desorganizado: fala de maneira ilógica e desconexa, demonstrando uma incapacidade de organizar o pensamento em uma sequência lógica. Expressão…

Paranóia Paranóia ("loucura" ou "fora da mente") é uma psicose que se caracteriza pelo desenvolvimento de um delírio crônico (de grandeza, de perseguição, de zelo etc.), lúcido e sistemático, dotado de uma lógica interna própria, não estando associado a alucinações. A paranóia não acarreta o deterioramento das funções psíquicas externas à actividade delirante. Estas duas últimas características a distinguem da esquizofrenia paranóide. No indivíduo paranóico, um…

Aspectos importantes do texto: Angústia persecutória e delírio paranóico contra desejos homossexuais reprimidos Mecanismo da Paranóia – produto de transformação do amor homossexual em ódio que posteriormente seria desviado por projeção para um perseguidor externo Freud – psicóticos não estabelecem transferências e por isso não são analisáveis, neste sentido estão fora da psicanálise. Delírio angustiante, centrado na idéia de emasculação e transformação em mulher Professor Flechsig,…