Câmara Clara De Roland Barthes

cultura acabou-se atestando sua qualidade no campo das artes visuais, ou seja, deixando de ser uma imagem puramente objetiva e, portanto, podemos incluí-la no imaginário atual. O próprio Roland Barthes (1915-1980) chegou a considerar a “fotografia como uma imagem sem código; mas felizmente, reviu sua posição em A Câmera Clara (1994)”[1]. Teoricamente, a fotografia faz referência à materialidade dos objetos retratados, mas essa objetividade pode sofrer interferências e significados. A…

representação visual. A questão inaugural de Barthes – Como é que o sentido vem até às imagens? (15) – correspondia à questão “As mensagens visuais utilizam uma linguagem específica?”. “Se sim, qual é ela, porque unidades é constituída, em que medida é ela diferente da linguagem verbal? Etc.” esta redução ao aspecto visual não veio todavia simplificar as coisas e depressa nos apercebemos de que mesmo uma imagem _______________________ (15) Roland Barthes, Rhétorique de L’image, in…

a repetição vergonhosa: repetem-se os conteúdos, os esquemas ideológicos, a obliteração das contradições, mas variam-se as formas superficiais: há sempre livros, emissões, filmes novos, ocorrências diversas, mas é sempre o mesmo sentido (Roland Barthes). Em seu livro Fazer dizer, querer dizer, Claudine Haroche (1992), abrindo reflexões sobre diferentes aspectos da produção da subjetividade na linguagem, discute criticamente os fundamentos da “forma sujeito” à luz da teoria…

é evidente que as imagens fotográficas nos abrem muitos horizontes. Desde as origens a fotografia teve inscrita em sua história a reprodução mecânica daquilo que não se repetirá, consolidando a tradição barthesiana de congelamento do real (cf. BARTHES, 1984). Um recorte estático, isto porque fotografias materializam o mundo. Se já é conhecida, no discurso fotográfico, a concepção de fotografia como fragmento do mundo (SONTAG, 2004), podem as imagens fotográficas ampliar as…

quer Roland Barthes (1984, p.148; 1998, p.123) -, são criações literárias, “ficcionais”: incapazes de “autenticar”, sem mediações, o real, razão de seu infortúnio, mas também, de sua “voluptuosidade” . O professor, este filósofo funcionário que, sem ceder ao ceticismo, recusa os dogmas e o relativismo, considera a filosofia um “jogo de construção”, um operador de discursos ao mesmo tempo formal e simbólico, que põe em crise os lugares da “linguagem de conversação” (Granger, 1989, p.255;…

pelo buraco e atinge uma superfície interna, onde é reproduzida a imagem invertida e enantiomorfa, a partir disso era possível copiar a cena. Desde então, tudo que se pode ser registrado no mundo foi fotografado, ao menos é o que se parece. Segundo Barthes (1984, p.21), A fotografia está no entrecruzamento de dois processos inteiramente distintos: um de ordem química: trata-se da ação da luz sobre certas substâncias; outro é de ordem física: trata-se da formação da imagem através de um…

corte para se adequar ao espaço, que é restrito para o conteúdo que será disposto. Portanto, nem mesmo o autor tem controle absoluto sobre a seleção do que vai ou não fazer parte da reportagem. No nosso jornalismo contemporâneo fica cada vez mais clara a predileção pela brevitude das reportagens (Traquina, 1999), onde a quantidade de reportagens e de temas que ocupam um certo espaço são considerados mais importantes do que o próprio conteúdo e reflexão, fazendo com que os meios de…

enquanto representação iconográfica(A palavra iconografia vem do grego eikon (imagem) e graphia (escrita), ou seja, literalmente: "escrita da imagem".). O ícone, como o define Charles Sanders Peirce, significa representação pela imagem. Segundo Roland Barthes como a fotografia é uma imagem, ela possui uma linguagem conotativa e denotativa, conotativo= sentido figurado ,denotativo=sentido real. Ex: gosto de doce => doce=comida; sentido real (= Denotativo) Ela é um…

objetiva, tudo muda: ponho-me a “posar”, fabrico-me instantaneamente um outro corpo, metamorfoseio-me antecipadamente em imagem. ... uma imagem – minha imagem – vai nascer: vão me fazer nascer um indivíduo antipático ou um “sujeito distinto”? Roland Barthes 1 * Doutor em História pela UFPR. Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) – Polo Regional de Ponta Grossa. Rod. Presidente Kennedy, km 496. 84043-540 Ponta Grossa – PR – Brasil. marcostancik@hotmail.com Revista Brasileira de…

passada através da foto. Mencionando o que lhe chamará atenção na imagem vista, o retrato que lhe couber atribuições de outros sentimentos, significados, referirá ao punctum1 da fotografia que para Roland Barthes (1984, p. 46) é aquilo que lhe fere , que instiga o observador, 1 BARTHES, Roland, 1984, p. 46 10 deixando um pequeno buraco, uma pequena mancha ou corte na mensagem que ela quer dizer. A fotografia se torna artística, então, quando não passa apenas a ser uma…