O jornalismo (des) iluminado

A (des) Iluminação do Jornalismo Contemporâneo

Vlademir CANELLA
Disciplina: Critica às Práticas Jornalísticas
Professora: Beatriz Marocco

As fotografias não mentem, mas os mentirosos podem fotografar.
Lewis Hine
(1874-1940)

Longe de termos um jornalismo independente e verdadeiramente voltado para o receptor, observamos ainda nos meios de comunicação contemporâneos o comportamento de descrito por Immanuel Kant no século XVIII como “menoridade”.
As características comportamentais da “menoridade”, conforme descrita por Kant, vimos refletida diretamente no comportamento dos consumidores que são dependentes do conteúdo produzido pelos meios de comunicação de massa. Mas, não apenas por causa da dependência da informação imposta pela indústria da notícia aos “consumidores”, também por meio da ignorância dos profissionais produtores e executores das mídias. A ingenuidade que permeia a reflexão do jornalista que acha que é, de alguma forma, livre de censuras prévias, de pré-conceitos, dono da própria opinião, imparcial e conhecedor pleno de seu ofício jornalístico só contribui para que, cada vez mais, façamos jornalismo fascista.
Lewis Hine foi um sociólogo e repórter-fotográfico Estadunidense que viveu no começo do século XX e que direcionou as suas práticas jornalísticas para a fotografia documental. Hine ficou conhecido como “o fotógrafo dos cortiços” porque seu trabalho ganhou caráter de denúncia da situação vivida pelos trabalhadores diante das práticas exploratórias do capitalismo Americano do começo dos anos de 1900. (Oliveira, 2009)
Fotografias marcantes de pessoas vivendo no caos das periferias daquele contexto e que apareciam raras e modestas vezes nos periódicos porque eram reprimidas por interesses que transcendiam a prática jornalística. Quando Hine dizia que “os mentirosos podem fotografar” queria alertar justamente para a prática da manipulação da imagem. Não apenas da manipulação física onde pessoas ou objetos são removidos