Boa noite e boa sorte
Resenha sobre o filme “Boa noite e boa sorte”
“Boa noite e boa sorte” ambienta-se no período do macarthismo, na década de 50, que consistia na perseguição e condenação de comunistas no país. Porém, quando as ações e julgamentos do senador McCarthy extrapolam para a censura e violação de direitos civis, simbolizado pelo caso de Milo Radulovich, um grupo de jornalistas da rede televisiva CBS, liderados por Edward Murrow, decide utilizar o espaço do programa ‘Person to Person’ para expor suas críticas e fazem jus à função informativa do jornalismo.
A luta dos jornalistas pela causa começa quando o tenente da Força Aérea, Milo Radulovich, é julgado pelo Comitê de Investigação de Atividades anti-americanas e considerado culpado de acordo com supostas provas que estariam dentro de um envelope, cujo conteúdo, ironicamente, ninguém sabia qual era. É essa a questão que Murrow e seu grupo irão discutir, inicialmente, durante o seu programa, a partir do qual, aliás, passa a fazer o desfecho com a frase “boa noite, e boa sorte”.
O jornalista tenta deixar claro que, por levar o caso à discussão, seu objetivo não é rondar o tema do embate comunista, mas criticar a falta de comunicação e satisfação que o próprio Estado teve para com sua população. Contudo, a mira do Comitê de McCarthy infalivelmente se volta para Murrow e seus colegas, fuçando quaisquer vínculos que possam ter com o Comunismo. A partir de então, uma série de programas criticando diretamente o senador vão construindo o enredo e revelando ao espectador o uso da televisão como arma para os cidadãos: a mídia age como um quarto poder, regulador e fiscalizador do uso indevido dos demais poderes pelo Estado, um papel que deveria ser exercido desde o príncipio. Como se vê na seguinte citação, o grupo da CBS assume a luta a favor dos direitos civis proclamados pela Constituição norte-americana: “somos os defensores da liberdade, aqui e onde quer que exista no mundo. Mas