Índios de Alagoas: memória, educação, sociedade
A obra insere-se, em seu segundo capítulo, no diálogo de uma entrevista feita ao Pajé Xucuru-Kariri, Antônio Selestino da Silva, líder indígena que tem seu povo residente em Palmeira dos Índios.” Lembranças de Antônio Selestino: Pajé Xucuru-Kariri” é o título do referido capítulo. Relatos importantes são abordados, com grande contribuição para a história oral com relação aos índios alagoanos, cujos quais(como em todo o nordeste), foram os primeiros a serem explorados com o advento da colonização portuguesa. A própria etnicidade indígena brasileira se trata de um fenômeno associado a influentes políticas indígenas durante a história. O Pajé expõe a luta pela sobrevivência dos povos indígenas e de sua cultura, onde suas terras foram reduzidas e boa parte de seu povo exterminado por colonizadores. Relata toda sua tradição familiar, onde seu pai, Alfredo Celestino, foi um cacique defensor do povo indígena local, lutando contra seu extermínio.
Informa a decepção com relação ao órgão governamental de apoio ao índio, que não faz jus ao nome, pois, segundo Selestino, em nada apoia ou sequer contribui em algo para os grupos indígenas. A parte em anexo a este capítulo é um depoimento dado em entrevista, com palavras do próprio Pajé Xucuru-Kariri Antônio Selestino, onde aborda com mais detalhes tudo o que foi exposto na introdução feita pelos autores do texto. Acrescenta que Palmeira dos Índios era para ser do povo indígena(como o próprio nome da cidade afirma), mas não acontece desta forma, pois seu território e pequeno, limitado e com superpopulação diante de toda posse livre que os índios possuiam. Argumenta a questão da necessidade, por um período anterior, de se roubar frutas para alimentação pois em suas terras estavam escassas.