Infância
EDUCAÇÃO PELA PEDRA NA “CIVILIZAÇÃO DO COURO”
Jorge Garcia Basso – Doutorando - EHPS – PUC-SP / Pesquisador CNPq jorge-basso@hotmail.com Palavras-chave: Graciliano Ramos, História da Educação, Infância.
O presente artigo trata dos registros deixados por Graciliano Ramos na obra memorialista Infância (1945) que se refere ao seu tempo de menino e suas relações com o universo sertanejo de sua infância e seus primeiros anos de instrução. O corpus documental é composto ainda por um conjunto de correspondências à sua esposa
Heloisa Ramos, a familiares e amigos e uma série de artigos e crônicas publicados pelo autor em vários órgãos de imprensa, entre 1915 e 1953, ano de seu falecimento.
Esse conjunto documental foi analisado objetivando contextualizar e discutir os registros memorialísticos presentes na obra referentes à sua infância e família, do cotidiano das escolas e seus professores, dos métodos de ensino e dos livros didáticos, assinalados pelo escritor na obra, entre a segunda metade da década de 1930 e o início da década de 1940, mas que remetem à sua experiência como aluno em meio ao seu processo de alfabetização e escolarização.
Nas partes que seguem, pretendo analisar como e em quais circunstâncias pessoais e históricas se deu a produção de seu texto memorialístico. Para atingir tais objetivos, buscarei relacionar acontecimentos marcantes da trajetória pessoal e profissional de Graciliano Ramos como escritor e funcionário público.
A partir desse objetivo geral, algumas questões mais específicas se fazem presentes nesta análise, que abordam a sua trajetória profissional: Que circunstâncias motivaram o já escritor Graciliano Ramos, na década de 1930, a iniciar um registro das suas memórias de menino e aluno em seu contexto sertanejo? Quais foram os acontecimentos que Graciliano Ramos escolheu para registrar em Infância? Como o autor ordenou esses acontecimentos? Quais as intencionalidades do autor com o