Infancia
Edna da Penha Martins de Oliveira
Professora do Centro Universitário do Centro Leste de Minas Gerais e Supervisora Pedagógica da rede municipal de Timóteo
Falar de infância nos remete a algumas reflexões sobre este tempo de vida ainda não compreendido pela sociedade.Como objeto de estudo, a infância é sempre um outro em relação à pessoa que fala por ela, ela nunca assume o lugar da primeira pessoa-sujeito do discurso. Também nos causa uma certa inquietação as questões relacionadas ao significado da infância no mundo contemporâneo e sobre o significado que as crianças constroem ou são conduzidas a construir sobre o seu mundo e, mais especificamente, sobre as instituições sociais, dentre elas a escola-representada nos textos escolhidos a seguir , ora deforma real e, ora de forma modelar.
O ideário de escola imposto às crianças pela sociedade como um espaço de beleza- um espaço azul e rosa-organizado para recebê-las e prepará-las para a vida adulta, cumprindo o que seria a expectativa da sociedade em geral,aos poucos se vai, não constituindo uma representação presente em algumas relações entre crianças e escola,como afirma Neves(1983);
“A vontade de ir para escola! De poder, com meus pais e minhas irmãs, decifrar o significado daquelas inumeráveis formiguinhas negras encerradas entre as capas duras e vermelhas dos livros de meu pai (...) Talvez por isso, o primeiro dia de escola tenha sido esperado com tanta intensidade.A calça azul a blusa branca,a pequena gravata com tarja branca identificando o aluno do Primeiro Ano se misturaram em meus sonhos aos dourados e vermelhos , a letras e ao nome do autor de todos aqueles livros que iria aprender na escola pública do bairro.Sonho dourado começaria a se transformar em pesadelo logo no primeiro instante em que vi só, entre gente estranha,sem a minha mãe a quem nunca abandonava(...)
Chorei muito e devo ter provocado