Infância

A infância

Segundo Philippe Ariès, a infância surgiu apenas por volta do século XIII. Durante a Idade Média, as pessoas não sabiam sua data de nascimento e as fases que atualmente separam nossa vida em infância, adolescência, puerilidade, não existiam na época. As crianças eram tratadas como adultos em miniaturas, sendo misturadas aos adultos, partilhando de seus trabalhos e jogos. Eram representadas pela arte medieval onde os artistas o desenhavam, como exemplo, a cena do Evangelho em que Jesus pede que deixe vir a ele as criançinhas, e na verdade, foram postos oito homens feitos ao lado de Jesus, sem nenhum traço de crianças sensíveis, frágeis e de infância. Percebe-se nessa época o sentimento ou a falta do sentimento em relação à criança e a infância. Porém, teve um período em que Ariès chamou de “paparicação” um sentimento em que a criança recebia nos seus primeiros anos de vida, até que ela ainda fosse uma coisinha engraçadinha, como um animalzinho, como era comparada. “As pessoas se divertiam com a criança pequena como com um animalzinho, um macaquinho impudico.” (ARIÈS: 1981, pag. 10).
A adolescência foi confundida com a infância até o século XVIII. Tratava-se da ideia de que a palavra infância tinha relação à dependência dos adultos. Todos os que dependiam ou eram submissos aos adultos recebia esse tratamento. Ariès (1981) afirma que Só se saia da infância ao se sair da dependência, ou, ao menos, dos graus mais baixos da dependência. Essa é a razão pela qual as palavras ligadas à infância iriam subsistir para designar familiarmente, na língua falada, os homens de baixa condição, cuja submissão aos outros continuava a ser total: por exemplo, os lacaios, os auxiliares e os soldados. (p. 42).

Era muito comum perder crianças naquela época, tendo autos índices de mortalidade e infanticídio. Eram jogadas fora sem algum sentimento por parte dos pais e da sociedade, a fim de conseguir uma de melhor espécie, mais forte e saudável, também á relatos que