Ética e o papel de gestor de recursos humanos nas organizações
E A
GESTÃO
A ÉTICA E GESTÃO
Manuela Sarmento Coelho (*)
Prof.ª Associada com Agregação
1. BREVE INTRODUÇÃO SOBRE MORAL E ÉTICA Remonta à Idade Antiga, a cerca de 2500 anos AC, o primeiro código de “justiça social”. No Antigo Egipto a solidariedade social era encorajada, pois as pessoas ajudavam-se umas às outras e, nas situações calamitosas, até o próprio faraó contribuía para dar pão e abrigo aos mais pobres (Hudson, 1999). De facto o ser humano não é indiferente à fome que o seu semelhante passa, assim como a violência o horroriza. A indignação e a tristeza são sentimentos baseados no senso moral, que orienta o indíviduo quando escolhe determinada acção em detrimento de outra. O senso moral deriva da consciência moral, que é formada pelos valores herdados da sociedade e que condicionam a condenação ou a aceitação de determinadas situações. Os valores morais não são constantes, podem variar no horizonte temporal, conforme os interesses e as circunstâncias, pelo que aquilo que ontem era condenável, hoje pode ser aceitável, ou mesmo, louvável. Brown (1993) advoga que o indivíduo moral é aquele que consegue aliar a consciência e a responsabilidade, tomando a melhor decisão, tanto para si quanto para o próximo.
(*) Docente na Academia Militar das disciplinas de Gestão de Recursos Humanos e de Gestão Financeira I e II. Presidente do CINAMIL (Centro de Investigação da Academia Militar)
– 179 –
PROELIUM – REVISTA
DA
ACADEMIA MILITAR
Na realidade, a responsabilidade dos actos converte-se em dever e para nortear esse dever, Kant define três máximas morais, que afirmam a incondicionalidade dos actos: • "Age como se a máxima da tua acção fosse erigida pela tua vontade em lei universal da natureza". Esta afirmação mostra a universalidade da conduta moral, ou seja, aquilo que todo o ser humano deve fazer. • "Age de tal maneira que trates a humanidade tanto na tua pessoa, como na pessoa de outrém, sempre como um fim e nunca como um