Ética e Moral
Apresentação
As discussões sobre a “ética” têm tomado parte no cotidiano dos cidadãos. Todos têm falado a respeito, no sentido de reivindicá-la: no campo pessoal, na família e na sociedade como um todo, bem como nas diversas instituições que a compõe. Neste sentido, parece-nos, por outro lado, que vivemos um período da história no qual menos praticamos ética.
Vivemos uma antiética?
Neste sentido, corroborando a esta indagação, Maria Rita Kehl apresenta de pronto uma reflexão sobre o conceito de ética, em nosso tempo. Pois, se ética trata-se do bem da convivência, ou do conviver bem, isto faz da ética nestes tempos modernos – de uma sociedade de consumo, antiética, na medida em que os valores, que orientam esta sociedade, são o prazer narcisista – amor excessivo a si mesmo -,2 o acúmulo de dinheiro e a exclusão do outro.
Destarte, somos reféns de uma ética de não-convivência. Eis o desafio posto: como desenvolver princípios éticos a serem promovidos a uma dada profissão se os integrantes desta estão, todos, influenciados pelos valores acima? A autora coloca a questão sob a ótica kantiana: “é possível pautar nossa ação cotidiana por um imperativo ético absolutamente impessoal, universal e rigoroso?”3
Falar de ética, num sentido amplo, é falar do que é certo ou errado, do que é bom ou mau, permitido ou proibido, orientado por um conjunto de normas e seus valores aceitos historicamente, de uma determinada sociedade.
Embora o ser humano seja livre, pode agir como bem entende – em função de sua vontade, desejos e impulsos -, sua liberdade é limitada pelas normas construídas sobre valores da sua comunidade. Assim, o ser humano pode agir livremente porém, deve agir eticamente. 4
As questões sobre a ética tratam, acima de tudo, da nossa experiencia cotidiana, levando-nos a uma reflexão sobre os valores que adotamos, o sentido de atos que praticamos e a maneira pela qual tomamos decisões e assumimos responsabilidades