Ética e Mercado
* Por Railton Souza
Palavras-chave: ética, mercado, profissional, valores, princípios, desafio, àgora.
A ética, ou filosofia moral é, inicialmente, uma área da filosofia como a teoria do conhecimento, a filosofia da ciência ou a filosofia da linguagem. Os antigos sistemas filosóficos (conjunto de obras em resposta aos diversos problemas humanos), desde Platão, sempre reservaram um lugar privilegiado para obras éticas, tratando estas questões: Como devo viver? Como devo agir? O que é liberdade? O que é o bem e o mal? Quais são os valores, as excelências que devem orientar o convívio humano em sociedade? Ao relacionar ética e mercado, somos levados a questionar se o mercado possui alguma ética. O princípio geral que rege a disputa, as relações humanas estabelecidas nos bancos, nas bolsas de valores e nas corporações e empresas é a pragmática segundo a qual os fins justificam os meios. Nos dizeres jornalísticos o Mercado é humanizado, para não dizer divinizado. Ouvimos sempre: o mercado está nervoso, tenso, inseguro, preocupado, não gostou da medida do governo ou do pronunciamento do ministro ou do presidente. Pensar, portanto, uma ética profissional para orientar nosso agir em meio a esse mercado temperamental, intempestivo e sem planejamento global, é imprescindível. Tomar as rédeas da própria vida e estabelecer princípios através de debates acadêmicos, políticos, religiosos, enfim sociais, é muito importante. Se não agirmos assim, seremos pouco a pouco tragados pelos costumes naturalizados em práticas morais vigentes: levar vantagem sempre; o outro é uma ameaça constante em face da concorrência; ser individualista é melhor que cooperar e lutar por causas coletivas; os fins justificam sempre os meios ainda que esses sejam aéticos; crescer rápido mesmo pisando e explorando ao máximo os outros. O grande desafio da contemporaneidade é a orientação ética e o estabelecimento de princípios de justiça que norteiem as políticas dos