Ética e direitos humanos: uma relação que exige prática
Todo ser humano é dotado de uma consciência moral, que o faz distinguir entre certo ou errado, justo ou injusto, bom ou ruim, com isso é capaz de avaliar suas ações; sendo, portanto, capaz de ser ético. Contudo, há de convir que, em nossa sociedade existe uma grande incoerência entre ideologia e prática quando pautamos a efetivação dos direitos humanos
A ética engloba uma série de ações que determina uma a parte da vida dos indivíduos, ou seja, nossas realizações, nossos desafios e nossas incoerências, sejam individuais ou coletivas. O comportamento ético então é analisado num contexto de vida individual e coletivo questionando princípios, valores e regras, implícitos em nossas ações, bem como o reflexo destas sobre o mundo e nossos semelhantes. A lógica da edificação e formação éticas parte do valor da praticidade; convenhamos que, é notório o próprio ser humano entrar em contradição com suas ideologias através de atitudes cotidianas. Vejamos que muitos condutores só respeitam o limite de velocidade quando existe radar na via; estudam, fazem prova de legislação, têm aulas práticas de direção, ficam cientes da importância da direção defensiva, todavia somente respeitam a velocidade permitida nos poucos metros em que o radar os pega; fora isto anda conforme a própria vontade.
Partindo por este pressuposto, conseguimos assegurar que na prática, a efetivação dos direitos humanos toma a mesma proporção de incoerência associada às ações éticas. A corrupção das práticas humanas, antiéticas, acaba por desvalorizar e até mesmo desvirtuar nossos direitos individuais, de igualdade, liberdade e dignidade, tornando um grande impasse para o processo de consolidação dos direitos humanos.
No Brasil, a operacionalização dos direitos tem como fio norteador o texto da Constituição Federal de 1988. Vale lembrar que estão sedimentados como Princípios da República brasileira: a cidadania; a dignidade da pessoa