Ética e construção da realidade

Ética e construção da realidade

O ser humano é um ser em constante construção e evolução, não é um ser instintivo e automático, mesmo agindo assim algumas vezes. O ser humano é um ser capaz de pensar e agir conforme aquilo que considera coerente e oportuno.
Tudo que vem do ser humano (o comportamento, o modo de agir, pensar...) faz parte de uma cultura. O ser humano cria uma cultura e passa a respeitar e obedecê-la, mesmo sem se dar conta, criamos a nossa cultura. Não podemos viver sem pertencer a um grupo social, e não tem como pertencer a um grupo sem compartilhar dos mesmos valores, linguagem e normas morais pertencentes a ele, mas claro, sem perder a identidade e as particularidades que diferenciam um dos outros.
A cultura é como uma segunda natureza (a primeira seria a biológica) é ela que nos faz agir de forma quase instintiva e automática, porém atos automatizados e normais, não são tão automáticos e normais quanto parece. Este segunda natureza (a cultura) é fruto da nossa criação social, resultado das respostas criativas dadas pelos indivíduos e grupo social frente aos desafios impostos pela vida, conhecida também como exteriorização.
O que parece ser normal para uma pessoa, não é necessariamente normal para outra, tudo depende da cultura a qual ela está inserida. As novas gerações iniciam seu relacionamento com o mundo interiorizando a cultura estabelecida como algo dado, dando assim suas contribuições ao processo social da construção da realidade humana, buscando novas soluções para novas situações. É esse processo que faz com que a cultura de uma sociedade se modifique sem perder a sua tradição que lhe dá identidade social.
Toda cultura é uma criação humana, mas quando ela passa a ser nossa segunda natureza, passamos a acreditar que esta é a única realidade, sem lembrar que se trata apenas de uma das realidades possíveis. Passamos a julgar as ações humanas e dar sentido a nossa vida a partir desta cultura interiorizada. A objetividade da cultura