Mãos
Centro Regional de Saúde Pública do Algarve
CCI dos Cuidados de Saúde Primários
Setembro2004
INTRODUÇÃO
Durante gerações a lavagem das mãos com água e sabão foi considerada uma medida de higiene pessoal. O conceito de limpeza das mãos com um antiséptico emergiu provavelmente no início do século XIX com um farmacêutico francês que demonstrou que soluções contendo cloro eram indicadas para eliminar o odor proveniente dos cadáveres e que podiam ser usados como desinfectantes. Mais tarde Semmelweis e
Oliver Holmes concluíram que as mãos dos cuidadores eram veículos transmissores de doenças e com base nestes achados a lavagem das mãos começou gradualmente a ser aceite como uma das mais importantes medidas de prevenção da disseminação de agentes patogénicos nas instituições de saúde.
A pele do ser humano está colonizada com bactérias, tendo sido encontrado valores de
3.9x104 a 4.6x106 CFU1/cm3 nas mãos de profissionais de saúde. Em 1938 Price, estabeleceu que estas bactérias poderiam ser divididas em dois grupos, transitórias e residentes. A flora transitória, que coloniza a camada superior da pele é de mais fácil remoção pela lavagem das mãos e é com frequência adquirida pelo contacto com os doentes ou superfícies contaminadas. A flora residente que se localiza nas camadas mais profundas da pele é mais difícil de ser removida e normalmente não está associada as infecções cruzadas.
A transmissão de microrganismos patogénicos de um doente para outro, via mãos dos profissionais necessita de 4 elementos:
1. Transmissão para as mãos dos profissionais dos microrganismos presentes na pele ou na área que envolve o doente;
2. Os microrganismos têm que ter capacidade de sobreviver nessas mãos pelo menos alguns minutos;
3. A lavagem ou anti-sépsia das mãos dos profissionais não existe, é inadequada ou os produtos utilizados são inadequados;
4. As mãos contaminadas dos profissionais devem entrar em contacto directo com