Ética a Nicômaco - Livro X
A felicidade está ligada a atividade que é realizada conforme a sua excelência, a melhor parte de cada um. Essa atividade varia de acordo com o indivíduo e deve ser agradável para ele, deve conter prazer, deve ser contemplativa, e melhor se for autossuficiente, como a sabedoria filosófica.
Nada que seja inerente a felicidade pode ser incompleto, ela possui toda a duração de uma vida e não depende do lazer. De acordo com Aristóteles uma atividade capaz de proporcionar felicidade possui algumas características: “imunidade à fadiga”, disponibilidade de lazer, autossuficiência, tem em si prazer, objetivo em si mesma e é contemplativa. A atividade intelectual se encaixa nessa proposição e somente alguém divino viveria assim, então, cada vez que o homem toma ações mais próximas dessas, mais próximo dos deuses ele estaria.
Aristóteles faz ainda duas chamadas, deveríamos agir como se fossemos imortais e viver de acordo com o que há de melhor e dominante em nós, o que varia de acordo com o indivíduo, então cada um viva o seu melhor, no caso do homem, o intelecto é o seu melhor, porque esse possui uma natureza heterogênea.
O homem age de acordo com a excelência moral, respeitando contratos e obrigações de vivência, a qual está ligada ás emoções e vinculada ao discernimento, princípios e padrões morais corretos. Esta excelência demanda recursos, um homem corajoso não consegue agir se não há a quem defender, ou um homem injusto, sem com quem agir justamente, exceto a atividade intelectual.
A felicidade perfeita é então a atividade contemplativa, que é preciosa em si e é a atividade dos deuses, os animais não compartilham dessa felicidade por não serem racionais.
Aristóteles aponta as necessidades exteriores do homem, ele não precisa de excessos, mas com recursos moderados é possível agir com excelência moral, podemos fazer o que devemos. E afirma que as pessoas julgam pelas aparências uma vez que isso é tudo o que elas conseguem