Ética Profissional

Acadêmica de Direito: Jessica Macedo de Souza
Ética Profissional

ACREDITAR OU NÃO, EIS A QUESTÃO.

O ser humano é moldado de acordo com meio em que vive. A educação, o comportamento, a forma de se expressar, tudo aquilo que temos por costumes e cultura, são meramente produto daquilo que nossos antepassados vivenciaram, formando um conhecimento adquirido em sua vivência. A isso podemos denominar conhecimento histórico, trazendo consigo, tomando como sentimento proferido dentro do comportamento, do qual muitas vezes não percebemos quando nos declaramos frente a algo, influenciando completamente a análise da circunstância. Tal conhecimento histórico, aquele passado de geração a geração, acaba formando uma “lente”, um modo de ver e interpretar o mundo, talvez imutável, e acaba tornando-se parte do ser humano, ou seja, é algo intrínseco no ser. Por mais que se negue, vem da natureza humana manifestar-se de acordo com essa lente, defendendo seu ponto de vista com base em suas crenças.
Note-se que há casos em que o jurista, que deveria manter-se imparcial em seus julgamentos em razão do Princípio do Juiz Imparcial, às vezes deixa uma impressão de que seus valores morais ultrapassaram o compromisso com a imparcialidade. Surge então a dúvida, será possível ser realmente isento de parcialidade em todas as suas decisões? Manter-se imparcial é realmente uma tarefa de complexidade magnânima. Imaginemos o caso em que o jurista em algum ponto de sua vida pregressa tenha sido vítima de abuso sexual, e em certo momento de sua carreira após esse trauma depare-se com um caso de estupro em que a culpa do agente é comprovada. Manter-se-á o julgador imparcial até mesmo no momento da dosimetria da pena?
Analisando, creio que nenhum humano é isento. Ser isento não é omitir opiniões ou deixar de ter senso crítico, pelo contrário, é de extrema importância a capacidade intuitiva e argumentativa somadas ao conhecimento. Não busco pessoas isentas de iniciativa. Apenas desejo, de