ÉTICA NO PROCESSO EDUCACIONAL – QUESTÕES PARA REFLEXÃO E DEBATE
Por
Maria Cláudia Fogaça Bido
Professora Dra. Nina Saroldi na disciplina de Ética no Processo Educacional
MBA Gestão Educacional
Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização Programa FGV Management
Junho 2008
Questão 2: Problemas éticos na escola atual (internos)
O grande conflito ético presente nas escolas particulares refere-se à crise de identidade que distingue o termo escola de empresa. Uma escola é uma empresa, com todas suas características de lucratividade, gestão, liderança, posicionamento de marca, estrutura física, equipe montada e treinada, clientes que vêm e vão, pesquisa de satisfação, controle de qualidade. Vemos conflitos diários na avaliação dos alunos, na condução das ações de disciplina, no convívio com os pais. O que nos diferencia de um estabelecimento qualquer, um comércio de bananas, por exemplo, é exatamente o que produzimos e comercializamos, que é ensino/aprendizagem. Desconheço a logística de um comércio de bananas, mas a complexidade da educação é infinitamente diferente de qualquer outro, por se tratar de serviço e não de produto em primeiro lugar, mas acima de tudo pelo que o serviço educação traz. Acredito – sinceramente – que o maior motivo do conflito esteja enraizado na contradição entre preservar a nobreza da educação, ao mesmo tempo em que a vendemos como qualquer outro produto banal (como bananas, por exemplo) como se uma coisa eliminasse a outra. Parece-me que o referencial de empresa para alguns educadores, é de que trata-se de caça-níquel; empresário é sinônimo de explorador; vendedor é desonesto e vende “gato por lebre”; cliente, é quem sempre tem razão. Primeiramente, esses conceitos estão bastante distantes da realidades das organizações em geral, que buscam seus espaço no mercado competitivo com princípios que vão muito