Ética no Jornalismo
Capítulo I – Faz sentido falar de ética na imprensa?
Em 1984 o Jornal Nacional tapeou o telespectador. Mostrou cenas de uma manifestação pública em São Paulo e disse ser uma comemoração do aniversário da cidade.
O jornalismo cabe perseguir a verdade dos fatos para bem informar o público, que o jornalismo cumpre uma função social, antes de ser um negócio.
Durante o impeachment de 1992 a principal rede de televisão do país falcifica, distorce e omite informações essenciais. E passa ilesa de tudo isso.
Uma mentira narrada como verdade pelos locutores da globo não é mesma coisa que uma mentira publicada num quinzenario de uma pequena cidade.
Os maiores problemas do jornalismo brasileiro são aqueles que ultrapassam os domínios de uma redação e não tem interesses legítimos os leitores, ouvintes e telespectadores.
Jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão: nada disso deve existir com a simples finalidade de gerar empregos, fortunas e erguer impérios da mídia; mas sim por que o cidadão tem direito à informação.
Pressões existem e são fortes, principalmente em cima de emissoras de rádio e Tv.
As concessões dependem do Congresso Nacional, e as possibilidades de uma rede de televisão enfrentar pregões governamentais são medidas pelo Legislativo.
O que interessa saber é de que lado têm permanecido as emissoras de televisão: do lado ao direito à informação ou do lado das conveniências comerciais e políticas que exigem sacrifício da ética. Elas têm preferido a segunda e, portanto, agem de forma condenável.
Uma emissora de Tv ou de rádio só pode funcionar mediante concessão pública; é preciso que o poder público conceda a permissão para que aquela determinada freqüência seja utilizada por uma empresa. Então, essa concessão é feita em nome do povo e o cidadão te legitimidade para exigir que esta exploração comercial não o desrespeite.
A discussão (sobre ética) vale a pena, faz sentido, mais que isso, é urgente.