ÉTICA NA GESTÃO SECRETARIAL
Gilvan Luiz Hansen1
Rosely Dias da Silva2
Quando falamos em ética e em gestão secretarial, devemos compreender inicialmente o que é ética. Isso porque a ética é um daqueles conceitos que parecem óbvios, mas que na verdade são usados das mais diversas maneiras e interpretados das formas mais ambíguas e contraditórias possíveis.
Por essa razão, passemos inicialmente a caracterizar o que significa ética, para num segundo momento discutirmos a ética em sua presença ou aplicação na gestão secretarial.
1. A ética e o seu significado
O conceito de ética está ligado, etimologicamente, à raiz grega “ethos”, caracterizando o conjunto de valores, hábitos, costumes, normas e tradições de uma cidade (polis) ou comunidade. Este conceito se confunde comumente com o conceito de moral, de “mor/mores” palavra latina que etimologicamente se equivale a “ethos”. Podemos nos perguntar, então: qual a diferença entre ética e moral? Apesar de variáveis históricas do pensamento filosófico e de filigranas hermenêuticas quanto à distinção entre ética e moral, podemos estabelecer uma distinção entre ética e moral, com base em autores contemporâneos como Jürgen Habermas, por exemplo. A ética se constitui no conjunto de valores estabelecido como válido por uma coletividade (comunidade, sociedade, empresa, etc.). Esses valores passam a definir e espelhar o modo de ser e de pensar da coletividade a que pertencem e, quando não respeitados, geram conflitos e provocam ações no sentido de coibir os desvios ou o desrespeito aos mesmos.
Nesse sentido, os valores são geradores de normas que passam a se apresentar como princípios de conduta e de ação individual no seio da coletividade. A essas normas chamamos de moral.
Explicitemos a diferença através de um exemplo: na coletividade “X” os seus membros definiram “vida” como um dos valores. Nesse sentido, ela (vida) deverá ser preservada para todos e em todas as circunstâncias. Como um ou