Urbano
Autor inicia texto procurando definir as questões teóricas, metodológicas e epistemológicas que giram em torno dos dados produzidos a partir das histórias ou relatos de vida. Material requer abordagem renovada na sociologia. A impossibilidade de superar os obstáculos epistemológicos levaria a uma redescoberta do questionário e dos métodos quantitativos. A idéia, então, é apontar os problemas colocados pelas histórias de vida.
Perspectiva do autor é de recusar oposição entre métodos qualitativo e quantitativo, em nome de uma metodologia geral nas ciências sociais. Debate parece em vias de ser superado, apesar de reconhecer sua penetração: tanto que os qualitativos obrigam-se a exibir sua credibilidade metodológica; ter que demonstrar capacidade científica
Relatos de vida eram secundarizados quando comparados às correspondências. Tentando entender redescoberta, autor aponta que esse movimento se insere outro mais geral: descoberta das redações do eu (expressão de Gusdorf). Desafio para a sociologia: passar das redações do eu para as redações de si, já que por mais individuais que sejam os relatos, as correspondências ou os diários íntimos, esses discursos dão acesso a uma prática que é também social.
Apesar dessa redescoberta ser polissêmica; ocorrer em diferentes disciplinas das ciências humanas: literatura, sociologia, história; relato de vida permite um novo olhar sobre objeto de cada uma dessas disciplinas. Cita Thompson: quem faz a história? Sobre quem se escreve a história? Como se escreve a hstória? Relatos de vida levam disciplinas das ciências humanas a reconsiderarem uma série de seus pressupostos.
Cabe aos sociólogos dimensionar questões teóricas e metodológicas colocadas a partir dos relatos de vida: relato de vida é também relato da vida em sociedade, não se refere apenas ao vivido de um sujeito.
Um novo espaço teórico
Autor vai citar três períodos em que os