Ética em Protágoras
(Pessoa, 1926)
Abstract
O objectivo deste texto é o de tentar entender, de uma maneira humilde é certo, o eventual contributo de Protágoras no conceito de ética. Se de facto poderia haver ética e, se sim, como; ou se, pelo contrário, só haveria lugar a uma visão egoísta quando Protágoras pensou o homem como medida de todas as coisas.
A tradução de alguns excertos de Inglês para Português é da minha responsabilidade, no entanto mantenho o texto original em nota de rodapé.
Abstract
This text's aim is trying to understand, in a humble way for sure, the Protagoras’ possible contribution in the ethics concept. If indeed there could be ethics, and if so, how, or if, on the contrary, there would only be room for a selfish view when Protagoras thought the man as the measure of all things.
The English to Portuguese translation of some excerpts was my responsibility, however I keep the original text in a footnote.
Porto, 4 de Dezembro de 2013
Para ajudar a melhor entender o seguinte texto é conveniente proceder primeiro a um enquadramento histórico. Os sofistas apareceram no séc. V a.C., «[vieram] preencher uma necessidade da democracia ateniense, onde o espírito de competição política e judiciária exigia uma preparação intelectual cada vez mais completa.» (Pereira, 2012, p.449). Eles foram, portanto, professores, ensinavam a quem lhes pagasse, gramática, retórica, dialéctica, aritmética, geometria, astronomia e música.
Protágoras foi o primeiro que se intitulou sofista (Abbagnano, 2013, p.65), escreveu Dos Deuses, Discursos Demolidores, Antilogias e Verdade entre outros doze tratados cuja autoria lhe é atribuída por Diógenes Laércio1. Destes escritos só terão chegado até nós alguns fragmentos e testemunhos, o que dificulta bastante a possibilidade de reconstituir aquilo que eram os seus pensamentos e ideias. Entre estes testemunhos, encontramos os de Platão, em forma de diálogo.