Ética autoritária x ética humanista
A ética autoritária baseia-se em princípios radicalmente opostos à ética humanista. Para entendermos as diferenças entre ambas, são necessários alguns esclarecimentos sobre o conceito de autoridade.
Em torno deste conceito, há uma grande confusão, gerada pela crença de que só existem duas hipóteses: ou ter uma autoridade ditatorial e irracional ou não ter autoridade nenhuma. Essas alternativas, entretanto, são falsas. O problema verdadeiro consiste em saber que espécie de autoridade devemos seguir, a autoridade racional ou a irracional?
Autoridade racional é aquela que tem, como base, a reconhecida competência para exercer a tarefa que lhe foi confiada pelas pessoas. Sendo assim, não precisa intimidar os subordinados pela força, medo ou terror. Por outro lado, a autoridade irracional é aquela que se baseia no poder ditatorial sobre as pessoas. Esse poder pode ser físico ou mental, pode ser total ou apenas relativo, dependendo da ansiedade e do desamparo da pessoa a ela subordinada.
Assim, ao empregarmos a expressão “ética autoritária” estamos nos referindo à autoridade irracional, geralmente encontrada nos sistemas antidemocráticos (regime político contrário aos interesses da vontade popular. O Estado, neste caso, não é instrumento da vontade do povo) e totalitários (regime político que defende a total importância dos interesses do Estado sobre os interesses do indivíduo). A ética humana não é compatível com a autoridade irracional. Vejamos agora, quais as diferenças fundamentais entre a ética autoritária e a ética humanista.
A ética autoritária nega a capacidade do indivíduo para saber o que é bom ou mau; quem determina as normas é sempre uma autoridade superior que está acima do indivíduo. Cria-se um sistema baseado não na razão e no conhecimento, mas no temor à autoridade e na sensação de fraqueza e dependência por parte dos indivíduos subordinados. O bem e o mal são estabelecidos principalmente em função dos interesses