Álcool e barbituratos
A ingestão de álcool implicará em uma série de efeitos interativos com diversos fármacos, drogas lícitas e ilícitas.
Os efeitos poderão variar:
1. Se a ingestão da droga aconteceu de modo simultâneo com o álcool;
2. Se a droga foi ingerida por um alcoólatra, contudo sóbrio;
3. Se a ingestão se deu em um prazo relativamente curto, até 3 dias, após o consumo de uma grande quantidade de álcool.
Entretanto, para a finalidade do presente texto, encaminho as seguintes possibilidades de interação álcool e barbituratos:
1. A ingestão simultânea provoca um aumento na taxa de absorção do babiturato muito além do previsto. Isto se deve ao aumento da solubilidade de barbituratos em solventes orgânicos, tais como o etanol, o que facilita sua absorção intestinal. Dessa forma, a concentração sanguínea será maior do que o esperado, o que resultará em um aumento da ação depressora do barbiturato.
2. Os barbituratos e benzodiazepínicos atuam em famílias de receptores GABA. Ambos os grupos de drogas, de modo distinto, provocam o aumento da sensibilidade do receptor ao neurotransmissor, de modo que facilitam a abertura desses canais, aumentando assim a permeabilidade desses canais aos íons cloro (-), cuja carga negativa provoca uma hiperpolarização membrana e, portanto torna mais difícil para que os neurotransmissores excitatórios despolarizem o neurônio e possam produzir um potencial de ação. O álcool provoca efeito similar, contudo somente em um grupo específico de receptores GABA. Verifica-se nesse caso a “somação” dos efeitos depressores do álcool e dos barbituratos. Isto pode acontecer em caso de ingestão simultânea ou ainda em pacientes que ingeriram o medicamento antes de um prazo mínimo para a eliminação do álcool presente no organismo, geralmente 3 dias para grandes volumes.
3. O álcool também retarda a eliminação dos barbituratos prolongando seus efeitos, o que poderá provocar uma superdosagem do medicamento. Isto porque o sistema