ÁFRICA: INTEGRAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO
ÁFRICA: INTEGRAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO
Como afirma algumas análises, a África estaria deixando para trás seu antigo papel, de “periferia descartável”, para integrar-se aos circuitos da globalização. Nesse artigo, investigamos tal premissa a partir da recuperação dos condicionantes histórico-geográfico da situação, as contradições e as perspectiva dessa nova inserção africana ante os centros de poder.
A geografia histórica pré-colonial do continente possa aparentar “uniformente”, com seus reinos e impérios relativamente bem delimitados, esta foi marcada por contrates. Salientamos o recorte geográfico clássico entre as áreas setentrionais e o extremo conjunto que recobre todo o espaço situado ao sul do Saara, e comumente denominado de África Negra.
A partir da expansão mercantil, enquanto varias áreas setentrionais estiver ligada ao Império Otomano, fatia considerável da África Negra foi integrada às redes do circuito do comércio de escravos atlânticos. No âmbito de uma divisão internacional do trabalho entre os centros europeus e suas colônias, grande dessa África ao sul do Saara funcionou como uma “periferia da periferia”, isto é, como fornecedora de negros para outras áreas, como o continente americano. Os efeitos dessa atividade foram devastadores. Observou-se um quadro de êxodo, guerras, fragmentação, diminuição dramática do continente populacional, interrupção do crescimento e desenvolvimento das grandes comunidades africanas. Por volta de 1870, com o avanço imperialista decorrente do acirramento da disputa dos centros europeus em relação aos fundos territoriais africanos, nova lógica socioespaciais foram geradas. Políticas coloniais distintas, superpostar as antigas estruturas, herdadas do período pré-colonial, determinam configurações regionais singulares,