FRICA
MARY, Cristina Pessanha. África: integração e fragmentação. In:HAESBAERT, Rogério. (org.) Globalização e fragmentação no mundo contemporâneo. Niterói:UFF, 2013. p. 193-217.
A autora começa o texto citando o posicionamento de dois autores sobre a significância do continente africano em relação ao mundo usando metáforas como sendo um continente apenas exótico com suas particularidades naturais ou atrasado o suficiente para não conseguir acompanhar o desenvolvimento dos demais países do mundo, ou seja, não há esperança para o continente na questão do desenvolvimento econômico.
Essa representação que ela chama de geografias imaginativas se cristalizaram e o continente é visto ainda em relação as suas deficiências como fome, doenças, guerras. etc..
Ante o exposto ela elabora um questionamento: "o que fazer diante da força dessas geografias imaginativas que unificam o diverso e tomam a parte pelo todo" (MARY, 2013, p. 194).
Diante disso ela propõe uma avaliação acerca do papel do continente africano no processo de globalização utilizando simultâneamente duas escalas: aquela que a reconhece como conjunto e outra que a regionaliza, ambas colocadas diante de uma perspectiva histórica.
Ela traz um parecer histórico desde a formação do continente no período colonial, as características do norte com suas distinções de formação cultural e social (romana, otomana, árabe) e a região subsaariana com o tráfico de escravos.
A partir daí ela regionaliza e mostra as principais características. A região correspondente ao oeste africano, com sua economia do tráfico em virtude da escassez de recursos minerais, a produção de excedente pelos escravos de produtos primários para o mercado mundial, a integração das elites locais e colonizadores pelo apoio político ás camadas superiores. A região da África Austral que se manteve á parte do tráfico negreiro, distinguiu-se pela presença de brancos (colônias agrícolas, de povoamento bôer) e conter importantes