O uso capitalista do solo urbano
O uso
CAPITALISTA DO SOLO
URBANO: NOTAS PARA DISCUSSÃO
Naia Oliveira *
Tanya M.. de Barcellos *
D entre os estudos sociológicos recentes sobre as áreas urbanas do País, encontramos algumas vertentes analíticas extremamente férteis que concentranl esforços n a pesquisa das condições em que se dão o uso e a ocupação do solo,' enquanto elementos fundamentais para alcançar níveis mais aprofundados de compreensão das d esigualdades sociais que observamos nas grandes cidades.
N o âmbito desse enfoque, uma das questões que nos parece ser de grande relevância, pois retrata a perversidade que pode estar presente no processo de valorização do capital, é a dos vazios urbanos, ou seja, as áreas ociosas existentes dentro d a malha urbana em condições de serem ocupadas para moradia ou outra atividade q ualquer, porém mantidas em estoque à espera de maior valorização.
É n ossa intenção pôr em discussão alguns pontos que consideramos importantes para entender de que modo ocorrem a valorização do solo urbano e a conseqüente expulsão de grandes segmentos da população dos benefícios que a cidade o ferece, questões que mantêm estreita relação com o fenômeno dos vazios urbanos.
O e sclarecimento do significado que tem a cidade no capitalismo parece-nos ser o primeiro passo a ser dado na tentativa de desvendar essa complexa problemática que o espaço urbano nos apresenta.
N o estágio atual de desenvolvimento do capitalismo, o urbano aparece como o lugar onde se concentram as atividades produtivas, a infra-estrutura necessária à p rodução e à circulação de mercadorias e a força de trabalho, constituindo-se, portanto, e m condição necessária para o avanço do processo de acumulação. Essa aglomeração permite um aumento da produtividade através do desenvolvimento da cooperação em níveis ampliados, o que significa a extrapolação do processo que ocorre dentro da fábrica e que tem como desdobramento a economia de uma série