Resumo - O espaço Urbano (Roberto Lobato Côrrea)
No capítulo 3 – “Quem produz o espaço urbano?”, de seu livro O espaço urbano; Corrêa propõe uma reflexão sobre o espaço urbano capitalista, resultado de ações acumuladas através do tempo; e os agente que o engenham, produzindo e consumindo espaço. A complexidade da ação dos agentes sociais inclui práticas que levam a um constante processo de reorganização espacial que se faz via incorporação de novas áreas ao espaço urbano, densificação do uso do solo, deterioração de certas áreas, renovação urbana, realocação diferenciada da infraestrutura e mudança do conteúdo social e econômico de determinadas áreas da cidade. A cada transformação do espaço urbano, este se mantém simultaneamente fragmentado e articulado. Esses agentes são: os proprietários dos meios de produção, os proprietários fundiários, os promotores imobiliários, o Estado e os grupos sociais excluídos. Sua atuação se faz dentro de um marco jurídico regulador, o qual não é neutro, refletindo interesses dominantes. Apesar das diferentes estratégias e conflitos entre os agentes, há denominadores comuns entre os três primeiros, que os unem, tal como a apropriação de uma renda da terra, o que é viabilizado pelo espaço urbano, através da posse e do controle do uso da terra urbana. É necessário ressaltar que a tipologia apresentada é muito mais de natureza analítica do que efetivamente absoluta e que as estratégias que esses agentes adotam variam no tempo e no espaço.
1. Os proprietários dos meios de produção
Os grandes proprietários industriais e das grandes empresas comerciais, que no modelo capitalista, comandam a vida econômica e política; são grandes consumidores de espaço. Necessitam de terrenos amplos e baratos que satisfaçam requisitos locacionais pertinentes às suas atividades – junto ao porto, às vias férreas ou em locais de ampla acessibilidade à população. Assim, a terra urbana tem um duplo papel: o de suporte físico e o de