O uso do solo urbano na economia capitalista
1. O pagamento do uso do solo urbano: a natureza da renda da terra.
O solo urbano é disputado por inúmeros usos. A propriedade privada do solo proporciona renda e é assemelhada ao capital.
O capital é constituído pela propriedade privada dos meios de produção, os quais quando movimentados pelo trabalho humano, reproduzem o seu valor, o valor da força de trabalho e mais um valor excedente, o lucro.
O “capital” imobiliário, o espaço, é apenas uma condição necessária à realização de qualquer atividade, mas não constitui meio de produção. A ocupação do solo é apenas uma contingência que seu estatuto de propriedade privada torna fonte de renda para quem a detém.
O “capital” imobiliário é um falso capital.
A origem de sua valorização é a monopolização do acesso a uma condição indispensável à atividade produtiva.
A propriedade imobiliária raramente se apresenta em sua forma “pura”, uma extensão de solo urbano intocada pela mão do homem. Quase sempre é dotada de benfeitorias, o que dá a impressão de que o seu valor resulta dessas benfeitorias. A influência de tais inversões muitas vezes é negligenciável. Imóveis com as mesmas benfeitorias podem ter preços diferentes conforme sua localização. O valor da construção pode não cobrir o custo de sua demolição.
O “valor” da propriedade imobiliária, na economia capitalista, não passa da renda que ela proporciona, capitalizada a determinada taxa de juros.
2. A determinação da renda da terra urbana.
O uso do solo na economia capitalista é regulado pelo mecanismo de mercado. E o acesso à utilização do espaço pode ser ganho mediante a compra de um direito de propriedade ou mediante o pagamento de um aluguel periódico.
Os preços do mercado imobiliário tendem a ser determinados pelo que a demanda estiver disposta a pagar. No mercado imobiliário, a oferta de espaço não depende do preço corrente, mas de outras circunstâncias.
A “produção” do espaço urbano se