O Urbanismo: utopias e realidades - françoise choay
“A sociedade Industrial é urbana.” – É assim que CHOAY começa o livro, e logo em seguida nos revela que seu estudo não possui a intenção de trazer uma contribuição suplementar as críticas quanto ao planejamento das cidades urbanas, mas sim procurar o significado e as razões dos erros cometidos ao longo do tempo que persistem desde a antiguidade. Choay que é historiadora e professora de urbanismo, artes e arquitetura na Université de Paris VIII, publica diversos livros desde a década 1970, e neste livro, ela faz uma antologia revendo a obra de 37 autores, buscando um urbanismo menos teórico e mais humano. E, para dar continuidade ela relembra passagens que marcaram a história das cidades, como a revolução industrial em que os dados demográficos saltaram de 864845 para 1873676 habitantes em Londres em apenas 40 anos, por exemplo; E ainda os principais pensadores que tentaram entender o fenômeno do crescimento urbano, e, ainda mais a frente nos apresentando os modelos de cidades que eram consideradas ideais segundo o conceito progressista ou culturalista, sendo que o primeiro defendia a criação de um espaço para um homem tipo: racional e prático; enquanto o segundo partia do principio de que cada pessoa constituía um elemento único na comunidade, tendo uma relação mais íntima com a natureza ao seu redor, sendo mais orgânica e não padronizada e geométrica como a progressista. Caminhamos então pelo Pré-Urbanismo, pelo Urbanismo e as novas versões dos modelos progressistas e culturalistas, e ainda pelo surgimento de um novo modelo: o Naturalista, que tinha como principal objetivo devolver o contato homem-natureza a cidade urbana, para que assim e somente assim, o homem se desenvolvesse em sua totalidade, mudando então o que até agora adotávamos como conceito de cidade. Porém na prática os três planos tomaram caminhos diferentes, sendo o Progressista o mais utilizado e os outros dois utilizados somente em lugares