O tempo
O tempo livre e a raridade do mesmo não se conceituam apenas nos dias de hoje, possui um histórico e origem que se explica a situação atual da relação homem versus tempo. Podemos iniciar o assunto na antiga Grécia onde os gregos chamavam o tempo livre de ócio e o considerava mais valioso do que o tempo de trabalho, pois era neste tempo que a sabedoria era desenvolvida.
Havia o culto aos deuses, que representavam função permanente no tempo, pois se acreditava que a via para atingir a perfeição e a sabedoria passava pela contemplação dos deuses, e o que só foi possível à vida de ócio dos gregos devido à escravidão, pois, nessa fase, havia duas classes de homens: uns dedicados à tarefa da política, à arte, à contemplação ou à guerra; outros que eram obrigados a trabalhar em condições precárias. (BACAL, 1988).
Na Roma, mais precisamente na Idade Média, as pessoas atribuíam o ócio com religião. Ou seja, o trabalho era visto como um estorvo, um tipo de castigo a fim de encontrar a purificação do corpo. Já na Renascença o tempo livre era preenchido com a contemplação das artes, uma mudança significativa no comportamento das pessoas que mudaram o conceito de reger a vida. Com a Reforma Protestante, surgiu um novo conceito ao significado do trabalho, onde esse tempo gasto passou a ser valorizado e necessário para atividades produtivas. Esta reforma foi conduzida por Lutero, e levava o lema de que o único modo de agradar a Deus era trabalhar, fato que exaltava o homem.
Segundo Bacal (1988), constata-se que na Idade Moderna, houve valorização do trabalho e condenação do ócio, pois as normas de comportamento da ética protestante como a: diligência, temperança, parcimônia, reserva, afastamento dos prazeres da carne poupança são princípios responsáveis pelo surgimento do capitalismo moderno.
O pensamento da época volta-se para o valor do capital resultante do trabalho, a sociedade estava numa fase pré-industrial, trabalho e lazer não era dividido em