tempo

“A ansiedade sobre a passagem do tempo nos faz falar sobre o tempo.”Amélie Poulain

O poder que o tempo exerce sobre a nossa vida sempre me instigou. O fato de não existir algo que mude o que no tempo passou torna esse poético e abstrato elemento o mais poderoso vilão ou o mais sutil aliado, depende do olhar que empregamos a ele. Hoje creio que tive sorte de perceber a tempo as minúcias tão delicadas que o tempo carrega com ele. Nós, seres humanos tão necessitados de um plano físico, de calendários, relógios, datas fixas, nós, tão narcisistas e crentes em poderes que na verdade são grandes comédias se pararmos para analisar. O tempo nos obriga a correr, competir, na busca de sermos muito mais que sobreviventes, de sermos o melhor e mais capaz, de ter fama para alimentar a fome infinita de nosso ego, de passar por cima de valores que o tempo não trará de volta. Depois ele, o tempo, zomba de nós, em um futuro que pode parecer cruel, mostrando que não adiantou tanto correr, tanta vaidade, tanta luta e lagrimas deixadas no caminho, ele mostra que só existe caminho, mas não existe chegada. E quem dera podermos ir, rapidinho que seja lá no tal futuro e bisbilhotar. Veríamos que as rugas e todo o resto que chega com a idade estaria lá independente do quanto dinheiro estivemos investido nisso, veríamos que ainda com um pouco de orgulho de assumir, pensaríamos no quanto seria fácil ter bebido mais água, usado protetor solar, cuidado um pouquinho mais da nossa moral. Acharíamos logo graça na quantidade de lágrimas desperdiçadas e palavras arrastadas e venenosas sem nenhum fundamento. Talvez veríamos um baú cheio de dinheiro ou coisas valiosas, que alguém determinou serem valiosas, mas que já não servem para nada e que entulhamos durante um vida inteira, olharíamos com desdém para aquele amontoado, nada traria de volta o que passou. O tempo é aliado por trazer com ele uma sabedoria infinita que podemos ou não fazer uso. Em determinado momento da vida algo mágico acontece,