O sujeito contemporaneo
Nadja Ribeiro Laender
Círculo Psicanalítico de Minas Gerais
RESUMO
O presente trabalho enfoca a multiplicidade de fatores que propiciaram à estruturação do sujeito contemporâneo, enfatizando a importância dos meios de comunicação, a prevalência do registro do imaginário e suas conseqüências na estruturação do psiquismo.
Palavras-chave: Alienação, Narcisismo, Subjetivação, Formação do eu, Angústia, Narcisismo, Imaginário, Adoecimento psíquico.
A realidade psíquica necessita, para se constituir, além de alguém que vá decodificando e nomeando os primeiros balbucios de necessidade da criança, uma série de interações que são implementadas pelos aspectos culturais e sociais, sem deixar de lado a questão biológica pois a realidade psíquica necessita de um suporte corporal para que as pulsões possam inscrever, sobre esse corpo, sua estória libidinal.
Entretanto, a cultura na qual a criança nasce carrega toda uma história e formas de pertencimento que se particularizam em seu meio familiar, propiciando traços identificatórios, valores e normas que são parâmetros balizadores para a construção da subjetividade e da realidade psíquica. A sociedade produz padrões socialmente valorizados e aceitos que são encarnados nas instituições como o Estado, a família e a escola, servindo também como um lugar de amparo importante.
No século XX, inúmeras mudanças ocorreram levando a uma desintegração, a princípio lenta, não só dos valores vigentes da família, da moral e da sociedade, mas também a uma transformação radical nos meios de comunicação, fator relevante para a introdução da cultura de massa e globalização do mercado.
David Harley1 , geógrafo inglês, citado por Gustavo Ribeiro (2000), apresenta uma teorização sobre o espaço onde o encolhimento do mundo é entendido como sendo um efeito de compressão do espaço-tempo, isto é, da aniquilação do espaço pelo tempo resultantes do tremendo desenvolvimento das indústrias