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Fernando Resende
Jornalista, Mestre em Estudos Literários (UFMG) e Doutor em Ciências da Comunicação (USP). Coordenador e professor do curso de graduação em Comunicação Social – Jornalismo (UnilesteMG)
RESUMO
A comunicação social e o jornalismo como práticas sociais ganham outra dimensão no espaço público que se configura no hoje. A noção de espaço público, em constante processo de reconfiguração, contribui para que o jornalista e o jornal possam ser vistos como partes do conflito de forças que tece as relações sociais contemporâneas.
Palavras-chave: Jornalismo – complexidade - espaço público
INTRODUÇÃO
A comunicação torna-se a Voz única; só ela pode unificar um universo que perdeu no trajeto qualquer outro referente. Comuniquemo-nos. Comuniquemo-nos pelos instrumentos que justamente enfraqueceram a comunicação. Eis o paradoxo a que fomos lançados. Lucien Sfez (1994)
A história do espaço público é a história do espaço da criação dos sentidos. A noção do que vem a ser o espaço público vem se reconfigurando à medida em que os sentidos também se recriam, sofrem revalorizações, permutam-se e amalgamam-se. De uma concepção praticamente física - o espaço público grego e o romano são o lugar onde o cidadão livre e o senhor feudal exercitam o poder - a uma que, de acordo com Habermas, é compreendida enquanto consequência e prolongamento de relações econômicas, passa-se por outra de caráter mais simbólico - para Hannah Arendt o espaço público é o espaço das aparências.
Na sociedade contemporânea, principalmente para os franceses, entre eles Bernard Miège, o espaço público é o que nasce das relações entre o Estado (que não é mais absoluto) e as outras formas de poder que se articulam nessa mesma sociedade. Ele é um espaço assimétrico (as novas tecnologias e os diferentes meios de comunicação ganham