O SISTEMA LITERÁRIO CONSOLIDADO - segunda parte

O honesto e equilibrado Jos Verssimo (1857-1916) procurou nortear a anlise pela composio e a linguagem, embora num sentido s vezes demasiado gramatical. Exerceu nos jornais o comentrio de livros, de modo constante e grande senso de responsabilidade, produzindo no Brasil a primeira obra crtica que funcionou como testemunho da produo de cada dia. Os seus ensaios e artigos, reunidos nos Estudos de Literatura Brasileira (6 sries entre 1901 e 1907), formam um conjunto de grande importncia a Histria da Literatura Brasileira (1916), onde se orienta sobretudo pelas qualidades estticas e o significado histrico, das melhores que temos at hoje. Araripe Jnior (1848-1911) foi o mais inquieto e original dos trs. Embora tenha comeado pela viso estreita das influncias do meio fsico sobre a cultura, acabou desenvolvendo o senso da estrutura literria, com grande liberdade de apreciao. Menos valorizado no seu tempo, modesto a ponto de deixar esparsa grande parte dos seus escritos, tende hoje a ser mais apreciado que os outros dois, que formam com ele a chamada trade da crtica brasileira tradicional. A ele devemos a primeira grande monografia crtica sobre um autor brasileiro, Jos de Alencar (1882). E a amplitude dos seus interesses evidenciada pelo assunto de seu ltimo livro uma monografia sobre Ibsen (1911). Esses autores, mesmo o inconformado Slvio Romero, fizeram parte da Academia Brasileira de Letras, fundada em 1897, da qual Machado de Assis foi presidente at a morte, em 1908. Ela nasceu das reunies na redao da excelente Revista Brasileira (3 fase, 1895-1898), dirigida por Jos Verssimo, e corresponde a uma certa aliana entre a literatura, os poderes e o gosto mdio, favorecendo uma produo convencional, bem aceita pela ideologia dominante. Ao contrrio dos crticos do tempo do Romantismo, os dessa fase tiveram que enfrentar uma realidade literria e ideolgica muito mais complexa e mvel, pois a reao anti-romntica desaguou numa variedade de tendncias, denominadas, segundo os modelos