Antônio Candido X Haroldo de Campos: O grande embate
INSTITUTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
FACULDADE DE LETRAS
SUZANA TRINDADE RODRIGUES
ANTONIO CANDIDO X HAROLDO DE CAMPOS: O GRANDE EMBATE
BELÉM/ PA
AGOSTO/ 2014
Breve Apresentação
O Barroco, estilo artístico que ganhou impulso no Brasil entre 1720 e 1750, constitui não apenas um estilo artístico, mas todo um período histórico, assim como um movimento sociocultural.
Sendo o período em questão geralmente pouco conhecido e estudado, tido como consolidado em nossa história literária, consideramos pertinente um retorno à classificação do mesmo, no intuito de revisar os critérios de avaliação que o situam em posição desprivilegiada nas histórias literárias brasileiras, motivo pelo qual o “Barroco” se encontra, muitas vezes, esquecido ou deixado de lado, até mesmo por nós, estudantes do curso de Letras.
Para fins de estudos e fonte de pesquisas, há a necessidade de “sequestrar” esse estilo do passado, tornando-o tão presente e discutido atualmente no estudo da Literatura. Esse mesmo termo (o sequestro) fora apontado por Haroldo de Campos (1929 – 2003) em um dos títulos de sua obra “O Sequestro do Barroco na Formação da Literatura Brasileira: O caso Gregório de Matos” (1989), cuja obra acaba entrando em atrito com a de Antonio Candido (1918), no livro “Formação da Literatura Brasileira: Momentos Decisivos” (1959), onde o autor, partindo da herança histórico-crítica precedente e incorporando muitos de seus elementos, repensa os marcos cronológicos e culturais do surgimento da literatura no Brasil, ou seja, seus momentos decisivos – século XVIII (Arcadismo) e XIX (Romantismo) – conjuntamente com o estabelecimento de um sistema literário. Porém, Candido esquece de citar um detalhe crucial em sua obra – o Barroco –, dando a oportunidade ao Haroldo de levantar críticas e causar grandes polêmicas às concepções adotadas por Candido.
Na segunda metade do século XX, a crítica literária brasileira foi dominada por duas formas de compreender a