Relação entre "As grandes cidades e a vida e a vida do espírito" e o filme "Tempos modernos"
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No texto de George Simmel nota-se um traço significante na conduta humana que é o espírito contábil, este se caracteriza por notar a aplicação da exatidão da lógica econômica na vida prática. Desse modo a vida do ser humano passa a ser preenchida por determinações numéricas que chegam a afetar a maneira como o homem se relaciona com o outro. No filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin esse espírito contábil mostra-se muito presente quando, por exemplo, percebe-se que a própria pessoa está inclusa no processo de valorização do capital, isso fica perceptível quando o homem aparece como trabalho vivo, um capital variável , quando o indivíduo que trabalha na fábrica o faz por tantas horas e tão repetidamente, para produzir mais e gerar mais lucro, que ele chega a se alienar ao trabalho, como mostra Chaplin que mesmo depois de parar de enroscar as brocas continua fazendo o mesmo movimento com as mãos, além disso, essa valoração da pessoa pelo capital está presente quando no filme se vê que aqueles que estão desempregados, excluídos da produção de capital, parecem não ser considerados cidadãos plenos de direitos, tanto que após ser confundido com um líder comunista Chaplin vai preso e seu companheiro de cela é um desempregado, mostrando a então relação entre desemprego e criminalidade.
Ademais, Simmel nota como o espírito da cidade grande traz uma nova espécie de liberdade pessoal. Segundo Simmel quanto mais grupos surgem há um aumento quantitativo de pessoas e energias que causa uma particularização qualitativa, em contrapartida essa individualização dá ao indivíduo mais liberdade pessoal, uma vez que quanto menor é o círculo no qual ele vive maior é a vigia das realizações e da forma de conduzir a vida desse indivíduo pelos outros. É também nessa particularização que se percebe no indivíduo uma necessidade de se fazer notar, assim a nova divisão do trabalho permite oportunidade e tem necessidade da especialização e diferenciação do indivíduo. O filme “Tempos