O sertanejo e a educação
A dificuldade do acesso do sertanejo à educação não é descoberta nova para ninguém. Novidade seria descobrir algum esforço governamental para mudar este quadro. Não obstante à todo transtorno causado pelas condições climáticas, as condições atuais da educação no sertão também são hostis.
Em uma reportagem, exibida em março de 2014, o Fantástico fez um retrato do abandono do ensino público no Brasil, em especial no Nordeste. Visitando apenas 3 estados (Alagoas, Pernambuco e Maranhão) os repórteres conseguiram flagrar situações inimagináveis para uma escola: alunos sendo obrigados à percorrer cerca de 25 quilômetros para chegar à escola; outros num trajeto dificílimo, cheio de buracos, pedras e completamente alagado; escolas sem água potável, sem energia elétrica, cadeira e até mesmo sem sala de aula. Nesta reportagem podem ser percebidas algumas das causas dos constantes índices negativos na educação dos sertanejos, as quais, quando aliadas as dificuldades climáticas se tornam quase impossíveis de se superar. Segundo o site Folha mais de 70% das escolas públicas na Zona Rural Nordestina não possuem abastecimento de água, fato que, durante a seca de 1998, acarretou no fechamento de escolas da região.
Como foi supracitado, esses acontecimentos não são novos no Brasil, já em 1938 foi publicado um livro cujo conteúdo denunciou muito dos problemas vividos pelo sertanejo: Vidas Secas. Nesta obra de Graciliano Ramos tem-se uma visão límpida da realidade. Realidade esta que fere os direitos à educação dos dois filhos de Fabiano, o qual, por ter vivido a mesma situação na infância, não compreende o motivo de Seu Tomás da Bolandeira valorizar os livros, já que são só papeis.
No livro, o último capítulo aliado ao primeiro fecha um ciclo, com intenção de demonstrar a repetição dos acontecimentos. Hoje, alguns lutam para que Graciliano Ramos não se torne um profeta, esforçando-se contra a repetição do abandono da educação. Destacam-se por exemplo o