Resumo do capítulo 5 – livro: um sertão chamado brasil
O País do Jeca Tatu
Segundo o autor, a figura do Jeca Tatu de início tenta caracterizar na literatura o homem rural brasileiro. Trazendo o questionamento sobre até que ponto o Jeca Tatu representaria de fato o homem do interior brasileiro, seja ele o vaqueiro ou o caipira. Com as influências do movimento de saneamento, o Jeca Tatu de Monteiro Lobato passa a ser representado como o caipira anêmico, mas capaz de se regenerar com o auxílio da ciência. Dessa maneira, o autor tenta debater a figura do Jeca Tatu através de versões positivas e negativas, correspondendo às representações: romântica e naturalista ou cientificista dos brasileiros do interior. Antes mesmo de ser representado pelo Jeca Tatu, os tipos humanos das áreas rurais do Brasil já vinham sendo representados pelos viajantes e escritores cronistas que transitavam pelo Brasil, eles utilizavam termos como “isolamento, ignorância e ociosidade” para caracterizar os brasileiros dessas regiões. Contudo, os modos de representação acerca do homem do interior variavam intensamente quando comparados através das visões estabelecidas pela literatura, tendo a romântica representada principalmente por José de Alencar na qual se reforça a imagem do homem que detém o domínio sobre a natureza e a herança indígena, além disso, é representado como homem viril e forte. Já a representação do homem do interior realizada por Euclides da Cunha, de caráter modernista, apresenta uma certa ambivalência, oscilando entre um Hércules e Quasímodo, tendo sobretudo a imagem da preguiça como uma das mais constates representações do caboclo brasileiro. Mesmo assim, a caracterização do caipira como indolente, imprevidente e parasita alcança seu ponto máximo com a criação do personagem Jeca Tatu, elaborado por Monteiro Lobato. Sendo ainda enfatizada a imagem do caboclo predador e destruidor das matas através das queimadas. A