O sentido da Modernidade
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA
DISCIPLINA: Teoria Sociológica II
ALUNO: Aquiles Chaves de Melo
O SENTIDO DA (PÓS)-MODERNIDADE – Uma análise em Baumann e Boaventura e a necessidade de Marx para o debate
1. INTRODUÇÃO: QUAL MODERNIDADE?
Vivemos uma consciência de ruptura1. Consciência essa compreendida pelo advento da pós-modernidade, que além de se caracterizar por uma crítica à racionalidade do projeto iluminista, também se propõe ora como um sintoma da decadência do projeto moderno outrora já como uma etapa posterior a este. A impressão transmitida é a de que os conceitos, modelos teóricos, linguagens e conhecimentos até então elaborados, não mais dão conta de explicar o novo período que surgia no evolver da crise dos anos de 1960. Mas cabe ainda a pergunta: qual o caráter dessa ruptura? Para Rouanet, os “tempos pós-modernos nos dá um pouco a impressão de que deixamos de ser contemporâneos de nós mesmos”2. Daí em diante uma vasta produção filosófica passou a refletir sobre esse novo tempo, ficando a compreensão da modernidade, como disse Adorno3, “fora de moda”. E é sobre esta que pretendemos nos debruçar nesse momento.
Para Habermas (1990), Hegel foi o primeiro filósofo a desenvolver um conceito preciso de modernidade, estabelecendo uma relação entre esta e a racionalidade. Os “tempos modernos” ou os “novos tempos” anunciados por ele em sua Introdução à Filosofia da História, proclamam a independência e autonomia da Filosofia. Nesta nova etapa, passamos a pensar nosso próprio tempo. E foi através de uma reflexão sobre o seu período que Hegel nos afirmou, no prefácio à Fenomenologia do Espírito, que “não é difícil ver que nosso tempo é um tempo de nascimento e trânsito para uma nova época. O espírito rompeu com o mundo de seu ser-aí e de seu representar, que até hoje durou; está a ponto de submergi-lo no passado, e se entrega à tarefa de sua