reflexividade em giddens e beck
Segundo Giddens, “A tradição, é a liga que une as ordens sociais pré-modernas”. A tradição envolve, de alguma forma, controle do tempo. “Em outras palavras, a tradição é uma orientação para o passado, de tal forma que o passado tem uma pesada influência ou, mais precisamente, é constituído para ter uma pesada influência para o presente” (GIDDENS, 1997: 80).
A Tradição integra e monitora a ação para uma organização tempo-espacial da comunidade (ela é parte do passado, presente e futuro; é um elemento intrínseco e inseparável da comunidade). Para Giddens, ela está vinculada à compreensão do mundo fundada na superstição, religião e nos costumes; ela pressupõe uma atitude de resignação diante do destino, o qual, em última instância, não depende da intervenção humana, do “fazer a história”. Sendo assim, conhecer está ligado ao fato de ter habilidade para produzir algo e está ligado à técnica e à reprodução das condições do viver. A ordem social sedimentada na tradição expressa uma valorização da cultura oral, do passado e dos símbolos enquanto fatores que perpetuam a experiência das gerações passadas.
Entretanto, a tradição também está vinculada ao futuro. Mas este futuro não é concebido como algo distante e separado, mas sim como uma espécie de linha contínua que envolve o passado e o presente. É a tradição que persiste, remodelada e reinventada a cada geração. Com isso, podemos perceber que não há um corte profundo, ruptura ou descontinuidades absolutas entre o ontem, hoje e o amanhã.
A modernidade reincorpora a tradição, reinventa-a, e, neste sentido, também expressa continuidade. Grande parte dos valores relacionados à tradição permanecem e se reproduzem em meio a comunidade local. Vale ressaltar que as primeiras instituições da modernidade não podiam desconsiderar a tradição preexistente, pois vários aspectos dependiam delas.
Usando as próprias palavras do autor: “Somente com a consolidação do Estado-nação e a generalização da democracia