O sarau da trindade - critica social

365 palavras 2 páginas
A Crítica Social

Como sabemos, Eça de Queirós em “Os Maias” dá uma ênfase muito grande à sátira social, retratando fielmente a sociedade daquela altura, esse mesmo retrato dominado pela ironia, incorporada em certos tipos sociais, representantes de ideias, mentalidades, costumes, políticas, concepções do mundo, etc. É num ambiente amolecido, monótono e de clima rico, conhecido como Lisboa que se vai centralizar toda esta crítica, pois esta cidade concentrava, dirigia e simbolizava toda a vida de Portugal assim, Lisboa não era apenas o espaço físico mas tornava-se também um espaço social.
A crítica social no episódio “ O sarau do Teatro da Trindade” é maioritariamente dirigida ao provincianismo do país e ao atraso cultural latente em todas as classes sociais portuguesas, tanto pelo desconhecimento de artistas tão famosos na época como Beethoven ou ainda pela música clássica que predominava na Europa. Este episódio vai evidenciar em diferentes partes os vários pontos que Eça criticava: * O gosto caduco dos portugueses, demonstrando o sentimentalismo patriótico e social já ultrapassado; * A ausência de espírito crítico; * A falta de cultura.

O primeiro momento em que se clarifica estas críticas é quando Cruges reproduz uma composição musical Beethoven (representando aqueles que, em Portugal, se distinguiam pelo verdadeiro amor à arte) que, tocando a Sonata patética, surgiu como alvo de graças da plateia, depois de a marquesa de Soutal dizer que se tratava da Sonata Pateta, o que o tornaria o fiasco da noite, pedindo para ele apenas cantar uma música popular.
O segundo momento é a declamação de Rufino, que segundo a plateia era um orador “sublime” que pregava a caridade e o progresso representando a orientação mental daqueles que o ouviam: a sua retórica vazia e impregnada de artificialismos traduzia a sensibilidade literária da época. Esta declamação, ao contrário da atuação de Cruges foi muito bem recebida e elogiada.
O terceiro momento foi a

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