Maias
O Sarau destinava-se a ajudar as vítimas das cheias do Ribatejo.
Revela-nos aspetos caricatos da sociedade lisboeta: o gosto pela verborreia oca; a total falta de sensibilidade estética para apreciar o talento; a lágrima fácil perante o exagero poético romântico; a superficialidade das conversas.
O primeiro interveniente é Rufino, um orador tido como sublime; a sua retórica vazia, quase barroca, traduz a sensibilidade literária da época; a sua bajulação à família real evidencia a idolatria em relação a quem o pode promover.
Cruges representa o raro talento verdadeiro, incompreendido e alvo de risos.
O último interveniente é Alencar, após “um intervalo de dez minutos como no circo”. O poeta declamou “A Democracia”, aliando poesia e política, numa encenação exuberante e sentimentalista, ultrarromântica, que termina, entre fortes aplausos, com propostas sociais utópicas de uma República em que o milionário, sorrindo, abre os braços ao operário.
É neste episódio, aparentemente desligado por completo da intriga principal, que Ega entra em contacto com o Sr. Guimarães, personagem que se revela fundamental para o final trágico da intriga.
O Sarau no Teatro da Trindade
Um sarau é uma reunião festiva com oratória, música e poesia. N’Os Maias, o sarau
Realizou seno Teatro da Trindade e teve actuações a todos estes níveis:
Rufino fez um discurso sentimentalista,
Cruges tocou a sonata ³Patétique´ de Beethoven.
Alencar declamou um poema seu.
A crítica social
O sarau no Teatro da Trindade foi de beneficência, para ajudar as vítimas da inundação no
Ribatejo. Verificou-se bastante adesão, principalmente por parte das classes mais altas e até da família real
Sarau no Teatro da Trindade: * Importância do episódio para a progressão da ação:
Associado ao Sarau no Teatro da Trindade surge a tragédia. Eça quis, com isto, provocar um grande impacto, contrastando a festa com a desgraça.
João