Os Maias - Sarau no Teatro da Trindade
Episódio do Sarau no Teatro Trindade Capítulo XVI
Introdução
Esta obra de Eça de Queirós engloba uma ação principal e uma ação secundária, se atendermos ao título Os Maias e ao subtitulo Episódios da Vida Romântica.
Este episódio, o Sarau da Trindade, torna-se fundamental na compreensão de ambas as intrigas, uma vez que, para além de ilustrar o modo de vida da alta burguesia lisboeta, representa o início do epílogo, na medida em que as revelações trazidas pelo Sr. Guimarães provocam o reconhecimento da verdadeira identidade de Maria Eduarda como irmã de Carlos.
Tempo
Carlos em Lisboa entre 1875 a 1877:
Espaço
Físico - O Sarau toma lugar em Lisboa, no Teatro da Trindade.
Social - Aristocracia e alta burguesia lisboeta do século XIX.
Psicológico – Acontece neste capítulo através do monólogo de Ega, no momento em que este espera pelos documentos que o Sr. Guimarães lhe prometera e que diziam respeito à vida de Maria de Monforte após a sua fuga e abandono de Pedro da Maia, pai de Carlos.
Ega recomeçou a passear lentamente pelo meio do largo. E agora, pouco a pouco, subia nele uma incredulidade contra esta catástrofe de dramalhão. Era acaso verosímil que tal se passasse, com um amigo seu, numa rua de Lisboa, numa casa alugada à mãe Cruges?... Não podia ser! Esses horrores só se produziam na confusão social, no tumulto da Meia Idade! Mas numa sociedade burguesa bem policiada, bem escriturada, garantida por tantas leis, documentada por tantos papéis, com tanto registo de batismo, com tanta certidão de casamento, não podia ser! Não!
Neste texto, Ega dá livre curso aos seus pensamentos, interrogando-se como semelhante situação poderia acontecer. A personagem está confundida, numa forte tensão emocional, daí as reticências, as interrogações, as exclamações, mas os seus pensamentos, embora repetitivos, têm coerência lógica, e o discurso não revela alterações significativas.
Ação
Anteriormente ao Sarau