O que é bioética?
(Texto adaptado, construído e montado de forma coerente por Mário Pedro Bonito, a partir de vários outros textos.) Bioética é um neologismo construído a partir das palavras gregas bios (vida) + ethos (relativo à ética). Segundo Diniz & Guilhem, "...por ser a bioética um campo disciplinar comprometido com o conflito moral na área da saúde e da doença dos seres humanos, dos animais, e seres vivos em geral, os seus temas dizem respeito a situações de vida que nunca deixaram de estar em pauta na história da humanidade..." O termo "Bioética" surgiu na década de 1970 e tinha por objectivo deslocar a discussão acerca dos novos problemas impostos pelo desenvolvimento tecnológico, de um ponto de vista mais tecnicista para um caminho mais pautado pelo humanismo, superando a dicotomia entre os factos explicáveis pela ciência e os valores estudados pela ética. A biossegurança, a biotecnologia e a intervenção genética em seres humanos, além das velhas controvérsias morais como aborto e eutanásia, requisitavam novas abordagens e respostas ousadas da parte de uma ciência transdisciplinar e dinâmica por definição. (Pedro Jacy). O termo foi mencionado pela primeira vez em 1971, no livro “Bioética: Ponte para o Futuro", do biólogo e oncologista americano Van R. Potter. Pouco tempo depois, uma abordagem mais incisiva da disciplina foi feita pelo obstetra holandês Hellegers. As directrizes filosóficas desta área começaram a consolidar-se após a tragédia do Holocausto da Segunda Guerra Mundial, quando o mundo ocidental, chocado com as práticas abusivas de médicos nazis em nome da Ciência, cria um código para limitar os estudos relacionados. Formula-se aí também a ideia de que a ciência não é mais importante que o