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O texto de Boaventura, “Um Discurso Sobre as Ciências”, trata inicialmente sobre a crise ideológica das ciências na atualidade. Nesse sentido, o autor perquiri sobre o contexto de cada tempo das ciências naturais e sociais, discorrendo ainda sobre os aspectos científicos atual e, perspectivo, futuro. Vale, ainda, ressaltar que sua obra é dividida em três momentos: Paradigma Dominante, Crise do Paradigma Dominante e Paradigma Emergente.
A análise do trabalho é pautada em uma visão crítica baseada nos pensamentos de John Searle contido na obra “Mente, Linguagem e Sociedade”, que em certas diretrizes contrapõe-se ao que é defendido pela obra supracitada.
Para um estudo mais completo, é necessário que se entenda o Paradigma Dominante e sua posterior crise.
O Paradigma Dominante, surgido no século XVI e consolidado no século XIX, baseava-se na racionalização científica, onde ocorria uma aplicação de princípios e métodos ditatoriais que objetivavam chegar a verdade quase que absoluta. Era contra o senso comum, que permitia o uso, por exemplo, da observação humana sem uma reflexão mais aprofundada e, contra a associação das ciências natural e social. Sendo assim,ele utilizava a matemática para aprofundar, a partir do domínio das leis da natureza, o conhecimento sobre o mundo. Porém, surgiram pensamentos baseados na área do comportamento social, dando formato às ciências sociais,preconizadas por pensadores como: Bacon e Montesquieu.
Bacon afirma a plasticidade da natureza humana e, portanto, a sua perfectibilidade, dadas as condições sociais, jurídicas e políticas adequadas, condições que é possível determinar com rigor. Montesquieu pode ser considerado um precursor da sociologia do direito ao estabelecer a relação entre as leis do sistema jurídico, feitas pelo homem, e as leis inescapáveis da natureza.[1]
Posteriormente, o autor identifica um processo de crise sobre tal