O que se vê e o que se compra: as propagandas, o corpo e a sexualidade
Usando Garcia (2005), podemos primeiramente entender o corpo como um instrumento de performance espetacularizada em que o discurso erótico se inscreve. Isso devido às condições adaptativas da cultura contemporânea. Esse corpo deve ser o belo, e, no caso do homem, viril, bem definido e malhado. Esse é o corpo considerado normal, e que a sociedade considera legítimo. Segundo Louro, “os corpos considerados ‘normais’ e ‘comuns’ são, também, produzidos através de uma série de artefatos, acessórios, gestos e atitudes que uma sociedade arbitrariamente estabeleceu como adequados e legítimos” (LOURO, 2008, p. 87). Nesse caso são os elementos presentes nas imagens, como o carro, o cachorro valente, a roupa de marca e bem alinhada, dentre outros.
Em contrapartida a esse modelo socialmente aceito de homem ideal, Machado e Lanzarini (2010) trazem a crítica à hetenormatividade opressora que é e veiculada nos meios midiáticos, baseada na virilidade, na força e na atividade. Os autores discutem esse modelo de masculinidade hegemônica, que, embora não seja atingível pela maioria dos homens, é idealizado. Além disso, analisar possíveis modos de transgressão desses modelos, através de possibilidades de masculinidades contra-hegemônicas. Na minha opinião essa é a ideia que mais se aproxima da nossa realidade atual, em que dificilmente vemos modelos rigidamente seguidos de masculinidades, e em que os homens se sentem mais livres para expressar suas opções, opiniões e seus gostos, e, em consequência disso podemos ver realidades mais diversificadas.
No artigo de Cunha e Sauerbronn (2011), os autores configuram o uso de apelo sexual a partir de quatro características:
1- Exibição do corpo ou nudez: se existe ou não roupa na propaganda, e, se existir, referente à quantidade dela e sua atratividade;
2- Comportamento sexual: referente aos movimentos corporais provocativos dos modelos das