Estudante
O fetiche da mercadoria, postulado por Marx, opõe-se à idéia de "valor de uso", uma vez que este refere-se estritamente à utilidade do produto. O fetiche relaciona-se à fantasia (simbolismo) que paira sobre o objeto, projetando nele uma relação social definida, estabelecida entre os homens.
Bruno Latour, sociólogo da ciência contemporânea, relativiza a noção de fetiche ao constatar que toda descoberta científica é também uma invenção, e vice-versa [1]. Desse modo, os fatos são também ficções, e as ficções são também fatos. O simbolismo seria constituinte da própria realidade. A artificialidade seria uma condição positiva dos fatos.
Um amigo meu, certa vez em sala de aula, disse a seguinte frase: “necessidade é água, desejo é Coca-cola”. Achei brilhante o conteúdo, pois traz em tona, uma discussão complexa acerca do caráter sensual da mercadoria à luz da psicanálise e também, do materialismo histórico-dialético, concepção filosófica desenvolvida por Marx e Engels. (...) esse post se destina àquele leitor mais ambicioso, que desconfia do que a realidade aparenta ser.
Antes de iniciar, faz-se necessário apontar que, infelizmente, é comum o Marx ser visto como uma besta socialista, aquele diabo barbudo que escreveu “O Manifesto Comunista”. Sem dúvidas que aqui reside um conceito de pessoas que conhecem Marx porque ouviram falar na televisão ou porque ouviu algum estulto “Justus”, dizer que ele é o pai dos regimes autoritários. Tais premissas são infundadas, na medida em que não levam em consideração, toda construção filosófica