O que levou o tráfico de escravos a ser abolido?
O tráfico de escravos foi uma das formas de comércio mais lucrativas no século XVIII. Mas, depois de um tempo, com a Revolução Industrial, algumas pessoas passaram a achar que seria melhor ter trabalhadores assalariados, até que a prática foi totalmente proibida com o Bill Alberdeen inglês em 1845. Houveram também pessoas que quisessem o fim da escravidão por não achar certo o que acontecia com os escravos, como John Wesley, que liderava a Revolução da Compaixão, e Montesquieu (ainda que este não acreditasse na igualdade entre brancos e negros). Mas, numa sociedade capitalista, é pouco provável que a preocupação com o bem-estar social do outro fosse decisivo para acabar com algo que rendesse tanto economicamente como o tráfico negreiro. Haddock Lobo defende em seu texto que a Revolução Industrial foi essencial para essa mudança de comportamento. Pagar trabalhadores assalariados, ainda que muito mal, era um motivador para o trabalhador trabalhasse com mais empenho, além da constante ameaça de demissão, duas coisas que não ocorriam com escravos, que não ganhavam nada em troca de sua mão-de-obra. Além disso, as fábricas que surgiam nessa época produziam as coisas em massa, e então precisavam de quem as consumisse. Os escravos, por não terem nenhum dinheiro, não eram consumidores em potencial, ao contrário de assalariados. A Inglaterra, apesar de ser o país que se industrializou mais rapidamente, não poderia abolir a escravidão sozinha, pois não conseguiria competir com o preço de produtos estrangeiros se pagasse seus trabalhadores, então criou o Bill Alberdeen em 1845 (depois de tentativas frustradas de falar amigavelmente com os outros monarcas), que deveria impedir todos os navegadores do mundo de traficar escravos da África. No Brasil, no entanto, isso não acabou com o tráfico negreiro, o que só foi acontecer com a Lei Eusébio de Queirós em 1850, e a total abolição de escravatura, em 1888 com a Lei